03 de maio, domingo
“Luana vem aqui, agora!”
Era um domingo à noite e a gente estava sentada no chão da sala na minha casa assistindo um filme qualquer quando meu celular apita informando o recebimento de um e-mail novo, oriundo do trabalho, assim que apitou eu já abri o e-mail onde dizia:
“De: Luiz.nurs@tch.com
Para: Ana.gusmao@tch.com
Assunto: importante> Ana Gusmão.
Paula, boa noite.
Você pode conversar com a Srta. Gusmão amanhã, ainda na parte da manhã?
Att,
Luiz G. Nurs,
Gerente de projetos”
Em sequência veio uma mensagem de tentativa de cancelamento de envio de mensagem, mas como eu já havia lido não teria como, foi nesse exato momento que eu gritei para a Lua:
“Luana vem aqui agora!”
- O que você acha que pode ser? Ela me perguntou. Eu já estava abraçada em meus joelhos, segurando o celular com o pensamento vazio. Eu só dei de ombros e fiz uma careta.
- Será que vão te demitir?
- Porra Luana, é lógico que eu tinha pensado nisso, mas não era para você falar em voz alta!
- Desculpa! Vou pegar uma água.
- Água não, uma cerveja.
- Tá!
- Cerveja não, um vinho.
- Tá!
- Vinho não, algo mais forte!
Ela pensou um pouco e falou: - Tá!
Quando voltou tinha em mãos uma garrafa de tequila, que graças a Deus já estava no fim, dois copos, americanos mesmo, sal e limão.
- Se você vai beber, eu vou beber também!
Só com isso já comecei a rir! Ela encheu os dois copos pela metade, colocou a garrafa no chão, que só dava para mais uma dose normal de tequila, colocamos o sal e o limão na boca e viramos o copo a tequila toda na boca. Desceu queimando a língua, garganta, esôfago, estômago e seja lá mais qual órgão que tenha passado o líquido.
Assim que colocamos o copo no chão, ao lado da garrafa, meu celular começou a tocar “welcome to the jungle” do Gun´s and Roses, eu ri da coincidência afinal o nome na tela era “Big Boss” meu querido chefe Luiz Gustavo Nurs, aquele que tinha acabado de me enviar o e-mail que poderia acabar comigo. Mostrei o telefone para a Lua e ela disse, já baixinho como se ele estivesse escutando “atende! Atende logo!”
- Bem-vindo a selva. Bem adequado, né!
Com as mãos para o ar como em sinal de rendição eu disse “ok, já vou atender, mas o que será que ele quer? Pedir desculpas?”
Só para vocês saberem o Senhor todo poderoso Luiz Gustavo Nurs não era nada amigável! Por trás da carinha linda de bad boy, da covinha sexy que se formava da bochecha direita quando sorria, dos seus olhos azuis claros profundos (não aquele azul claro sem graça), da barba meio que por fazer mas perfeitamente bem feita (a cada dois dias se é que eu tinha prestado bem atenção), dos seus cabelos louro escuros bem cortados, mas nunca muito curto (cuja a franja teimava em cair nos olhos), dos seus 1,80m (ou mais), dos seus ombros largos, dos seus braços que devem esconder anos de academia e uma tatuagem no antebraço que não dá para saber ao certo o que é uma vez que sempre está de camisa social e única vez que visualizei uma parte dela ele estava voltando do almoço, em um calor descomunal do verão de São Paulo e estava com as mangas dobradas...
Então, por trás de tudo isso estava uma pessoa muito má! Muito, muito má.
Sempre de mal humor, rude, meio grosseiro com as pessoas, dando ordens em voz alta, as poucas vezes que ele sorria, ele estava em uma reunião com um cliente, então eu acredito que estava interpretando um papel, para poder vender o projeto ou a continuação dele. Sorriso falso!
Ok, você já deve ter percebido que eu tive uma queda por ele quando entrei na empresa, mas isso não durou muito! Trabalho aqui a 5 anos e faz 2 anos que sou subordinada a ele. Então nos anos anteriores pode-se dizer que ele era um crush, porra ele é lindo! Mas de longe muitas pessoas são lindas!
Mas só até conhecer o bicho, pode ter certeza disso!
- Alô – Eu disse, muito segura de mim, afinal a bebida estava começando a fazer efeito.
...
Continua...
...
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