Ele seria perfeito! Isso se..
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Eu tenho um problema sério! Só atraio homem com problema para o meu lado. Sei que você pode estar pensando que talvez o problema seja eu, mas dessa vez não!
Já tive alguns relacionamentos que a culpa obviamente foi minha, afinal não é sempre que a gente acerta muito menos que tem maturidade para entender algumas coisas.
Pois bem, o que aconteceu foi o seguinte:
Tenho 28 anos e terminei um casamento de apenas dois por motivos de “não era para ser” e pronto. Somos amigos e por algum motivo nada especial casamos. Para mim, acho que foi só para sair de casa sem dar motivo para ninguém em ser julgada por isso.
Eu moro em uma cidade litorânea pequena, então qualquer coisa é motivo para falatório. Ele também morava aqui e sempre teve uma quedinha por mim. Seu jeito galanteador me conquistou e por burrice casamos. Mas não é sobre isso que vou falar.
Fazem 3 anos já que terminamos e foi a melhor coisa para nós dois! Já namorei um cara que me tratou super mal, e que na frente dos outros aparentava ser um príncipe encantado.
Outro que tentava me podar, literalmente um ogro! Relacionamento abusivo onde queria ter o controle até da cor do meu esmalte. Não dá assim!
Uma vez um Zé qualquer tentou levantar a mão para mim, mas essa quem me ajudou foi o irmão dele, uma vez que fiquei sem reação com a sua gritaria e palavreado opressor.
Teve casos mais amenos também, daqueles que choravam por assistir o noticiário na TV. É cada uma que acho que tenho como fazer um livro com cada um em um capitulo de 50 paginas.
Bom, dessa vez foi até engraçado!
Era carnaval, e a cidade estava cheia. Sabia que não era a ocasião perfeita para se encontrar ninguém, mas vai que... eu estava naquela fase de encontrar minha alma gêmea a qualquer custo!
***
-Julia, vamos sair para onde?
Olhei para minha colega de trabalho, depois para o relógio. Ainda marcavam 16h e o escritório de contabilidade que a gente trabalha vai fechar às 17h, como toda sexta-feira. Seria um fim de semana prolongado sem dinheiro e sem rumo.
-Poxa Paty, não tenho ideia. O salário só cai semana que vem...
-Vamos só dar uma volta na cidade, ela está cheia de gatinhos! Passo para te pegar!
-De moto? Você não vai poder beber!
-Ahhh
-Eu fico sem beber também para te acompanhar, pode ser?
***
E assim foi decidido. Coloquei um shorts, salto e regata, já que fazia muito calor e ficamos andando pelas calçadas com um copo de suco e rindo dos outros brincando o carnaval. Passamos na praça onde tem uma feirinha de artesanato e encontramos mais alguns colegas.
Rindo muito, mesmo sem beber, o que não era normal para nós até que uma mão encosta no meu ombro suavemente, me atraindo o olhar para seu sorriso arrebatador de dentes perfeitos e olhos verdes.
-Oi, qual o seu nome?
-Oi, qual o seu?
A Patricia de olhou com cara feia por dar atenção para aquele desconhecido tão rapidamente mas nem liguei.
-Douglas e eu acho que te conheço!
-Acho que não!
Dei mais uma olhada para ele, levantando o rosto e descendo novamente sobre seu corpo de surfista paulistano, se é que você me entende, usando uma camiseta branca e bermuda de praia vermelha, e chinelo nos pés.
-Conheço sim! Você não é Irmã do Rafael? Rafael Borges?
-Ué, sim, sou. E você quem é?
-Estudei com ele no colégio. Você então deve ser a Júlia.
-Olá! E veio até aqui só para ter certeza?
-Sabe aqueles caras lá -apontou para um grupo de três outros rapazes- então, apostei com ele que conseguiria seu telefone, um beijo e um abraço.
-Muita pretensão a sua, não?
-Nem um aperto de mãos?
E me olhou sorrindo maravilhosamente lindo de novo. É claro que não neguei, nem o aperto de mão, nem o abraço, nem o beijo no rosto. Ficamos conversando por algum tempo e ele se juntou ao grupo de amigos de novo.
Que pena, foi só uma aposta inocente. Depois de algumas horas, já quase indo embora ele vem correndo na minha direção e pergunta:
-Você vai estar aqui amanhã?
-Quem sabe? Eu moro aqui, então talvez.
-Ainda está cedo! Fica mais.
-Estou com ela...
-Eu te levo!
-Como eu vou saber se você não é nenhum tipo de sequestrador de mulheres indefesas?
-Porque eu não sou!
-O que mais?
-Meus pais são Luiz e Andrea Rodrigues, trabalham a vida inteira na cidade e seu irmão me conhece! Pode ligar pra ele!
-Conheço seus pais! Como eu não te conheço?
-Depois do colégio fui morar fora, hoje moro em São Paulo mas cresci na Praia do Sonho. Um segredo? Meu primeiro trabalho foi no clube.
-Grande coisa, todo mundo já trabalhou lá!
-Viu só! Sou confiável!
Dei risada e alguma coisa né fez acreditar nele. Ficamos conversando até quase o sol nascer. No fim das contas ele conseguiu o telefone e alguns beijos nada inocentes. Né deixou em casa e foi embora como um verdadeiro cavalheiro. Sem tentar nada.
Passamos assim os próximos quatro dias de carnaval e eu sabia que ele iria embora no dia seguinte. Fazendo daquele feriado de carnaval o melhor que eu já tinha passado na vida!
Menos por um detalhe: eu estava sedenta por algo mais.
Queria que ele esquecesse essa parte de cavalheiro por um tempo e me pegasse de jeito. Mulheres também tem necessidades! Eu moro sozinha então não teria problema nenhum o levar para casa para uma despedida daquelas!
-Julia, você é muito especial!
-Ahã...
O puxei para dentro e fechei a porta em seguida, fazendo de tudo para o seduzir. Então ele começou a retribuir meus carinhos deixando nossos beijos cada vez mais quentes.
Do nada ele para tudo e me olha profundamente, fazendo correr uma onda elétrica pela minha espinha, segura minhas mãos e me senta no sofá dizendo:
-Eu preciso te contar uma coisa.
Ihhhh lá vem. Qual é o problema desse cara? Tem família? É casado? Tem alguma doença.... ele ficou em silêncio por tempo demais, fazendo meu medo e arrependimento crescer a cada segundo.
-Fala! Pode falar! Você é casado?
-Não! – e deu risada.
-Alguma doença grave?
-Doença não.... – e ficou um pouco sério. Me deixando bem confusa. Mas tentei relaxar e cheguei mais perto acariciando seu braço, e supondo os dedos até o ombro.
-Então tudo bem. Se for a proteção, eu tenho.
-Julia... é que.
...continua!